sexta-feira, 30 de maio de 2008

Encerramento da 57ª Semana Wesleyana

O último dia da 57ª Semana Wesleyana teve síntese crítica das palestras, culto com o Bispo João Alves e lançamento de CD histórico.


Publicada em www.metodista.org.br

Magali do Nascimento Cunha, professora da Fateo, fez uma avaliação das palestras da Semana, embasando seus comentários no pensamento de Richard Niebhur, teólogo americano que refletiu sobre a responsabilidade social das igrejas. “Minha liberdade tem que ter responsabilidade com o outro. Quando jogo o lixo na rua, contribuo com as enchentes que chegam às casas, porque os bueiros estão entupidos. Eu não vivo sozinha”, explicou a professora.
A palestrante também fez uma avaliação crítica a partir de algumas frases que foram ditas no decorrer da semana. Por exemplo: “Não é fácil convencer igrejas a se engajarem socialmente”; “Discurso bonito, mas práxis que não diz respeito a esse discurso”; “corremos o risco de vivermos nas igrejas, de vivermos o ensimesmamento (isolamento coletivo)”. As igrejas crescem e o cristianismo parece diminuir, reforçando suas divisões partidárias: progressistas versus conservadores; liberais versus consagrados; ecumênicos versus evangelicais, entre outros. Feita essa avaliação crítica da igreja, ela convocou a plenária a cantar a música Kyrie Eleison (Piedade de nós). Após o cântico congregacional, Magali destacou a missão da igreja que caminha de mãos dadas com o social, e traçou referências missiológicas como: “ganhar almas para Jesus deve significar ganhar dedicação às prioridades de Deus, que exige uma resposta. Arrependimento e conversão começam na própria igreja”. Portanto, “a pregação na igreja deve considerar o pecado social e a conversão social. Niebhur afirma que a igreja responsável é a igreja apostólica” acrescentou.

Ações responsáveis

Dentro dessa perspectiva a professora falou sobre a questão da ética cristã, “como uma necessidade de formar o caráter do cristão, necessidade de um comportamento especial na sociedade”. Foi mais além ao citar o texto do Evangelho de Marcos 8.11-26 “vocês tem olhos para ver e não vêem, ouvidos para ouvir e não ouvem...” É preciso ver a nossa realidade e denunciar o que não é da vontade de Deus.

Outros pontos destacados foram a necessidade de unidade entre cristãos(ãs) para o testemunho concreto da fidelidade de Deus; a dimensão política como busca de soluções que possam transformar a realidade das pessoas; a atuação política sem partidarismos; os conselhos sociais como um espaço onde a igreja possa testemunhar o amor de Jesus e somar esforços para o bem da comunidade.

Após listar uma série de temas que foram ditos na semana -- justiça econômica, superação da violência, direitos humanos, meio ambiente, educação entre outros -- ela destacou alguns que ficaram de fora – e fizeram falta -- na discussão. Dentre eles: consumo responsável, inclusão do idoso e pessoas com deficiência, situação prisional, o acesso à água e urbanização.

O Grande Julgamento
O culto de encerramento da Semana Wesleyana contou com uma encenação feita pos alunos da Fateo, enfatizando a responsabilidade de fazer o bem aos pequeninos, presos, pobres, marginalizados. A pregação do Bispo João Alves baseou-se no texto de Mt 25.31-46, intitulado pelos exegetas de “O Grande Julgamento”. Em um dos momentos de sua fala, o bispo salientou a urgência do trabalho da Igreja para dignificar a vida. Essa deve ser nossa meta, a do crescimento na santificação e no serviço: “A Igreja é peregrina e cresce quando sai de si mesma. É preciso ter ações embasadas em um crescimento de santificação, sem ser individualista. Precisamos trabalhar juntos”.
José Geraldo Magalhães Jr.
CD e livros lançados na Semana


Como nos anos anteriores, a 57ª Semana Wesleyana também contou com lançamento de produções da Editora da Faculdade de Teologia, a Editeo. Foram lançados mais dois exemplares das revistas Caminhando (nº 21) e Mosaico Apoio Pastoral (nº 41) e o livro com os conteúdos da Semana Wesleyana 2007 intitulado Mil Vozes para celebrar, sobre os 300 anos de Charles Wesley e sua contribuição à musicalidade das igrejas.

Foi lançado também o CD Mudança, trabalho de remasterização de um LP gravado plo coral da Fateo em 1984, o “Canto da Terra”. A reedição comemorativa traz canções que falam de justiça social e esperança e marcaram época nas igrejas metodistas: Xote da Vitória, Momento Novo, No Amor de Deus e Lavapés são algumas das composições para ouvir, cantar... e pensar.






Suzel Tunes

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