Presidente do Chile reitera que irá investigar os responsáveis pelo acidente na mina
Essa foi uma semana histórica para todo o mundo. Os olhos da maioria estavam voltados para a história sobre os 33 mineiros que saíram vivos, depois de ficarem dois meses presos na mina de cobre e ouro, em São José, no Chile. Mesmo com o cenário positivo, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, reiterou que vai investigar o ocorrido. Segundo ele, é fundamental apurar o que houve e punir os responsáveis.
O acidente ocorreu no dia 5 de agosto, em uma mina localizada perto da cidade de Copiapó.Os mineiros trabalhavam a uma profundidade de cerca de 700 metros quando uma rocha desabou. Desde então, as autoridades chilenas não mediram esforços para resgatá-los, mesmo em meio a uma série de dificuldades geradas pelo terreno, pela vegetação e pelas condições climáticas da região.
Piñera fala dos próximos passos
Piñera fala dos próximos passos
Logo na primeira semana em que aconteceu o acidente o presidente Sebastián Piñera demitiu altas autoridades da agência reguladora do setor de mineração do Chile e prometeu uma grande reforma por causa do acidente na pequena mina de ouro e cobre, a 450 quilômetros da capital, Santiago.
Desde o início, Piñera deixou claro seu posicionamento: "Temos dito que, nesta matéria, não haverá impunidade, e eu quero enfatizar que as investigações, em matéria penal e civil já começaram, e nós vamos investigar as responsabilidades e punir os culpados", disse Piñera.
Segundo estatísticas, acidentes graves de mineração são raros no Chile, mas o governo disse que a mina de San José, que pertence à empresa privada local Compania Minera San Esteban Primera, já sofreu uma série de acidentes e 16 trabalhadores já morreram no local nos últimos anos.
Problemas
Problemas
No início de agosto, a equipe técnica responsável pelo resgate dos mineiros já levantava alguns questionamentos sobre o funcionamento da mina, que já tinha sido fechada três anos atrás por problemas de segurança.
Anton Hraste, ex-diretor regional do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) --que fiscaliza o trabalho de mineração-- disse que a jazida "nunca devia ter sido reaberta", depois que seu fechamento foi determinado em 2007 após a morte de um trabalhador.Em 2006, outro mineiro já tinha morrido trabalhando e no começo deste ano um trabalhador sofreu um acidente grave no qual perdeu uma das pernas.
O promotor Sabas Chahuán ordenou uma investigação para esclarecer como aconteceu o desmoronamento que deixou os 33 mineiros presos.
Só este ano, morreram 31 pessoas em acidentes de mineração, segundo dados oficiais do Sernageomin. De janeiro do ano 2000 a julho de 2010, faleceram em acidentes 403 mineiros no Chile.
Donos de mina no Chile vão responder a ação penal
Só este ano, morreram 31 pessoas em acidentes de mineração, segundo dados oficiais do Sernageomin. De janeiro do ano 2000 a julho de 2010, faleceram em acidentes 403 mineiros no Chile.
Donos de mina no Chile vão responder a ação penal
A esposa de um dos 33 mineiros soterrados já anunciou que a família apresentará uma ação penal contra os donos do local e o organismo público que fiscaliza a segurança. "Não estou pensando na recompensa monetária, estou pensando nas pessoas responsáveis, não apenas os donos da mina, mas também as pessoas que não fizeram seu trabalho de fiscalizar", disse Carolina Narváez, esposa do mineiro Raúl Bustos, sobre as motivações do processo.
A demanda será apresentada contra dois sócios donos da empresa San Esteban, proprietária da jazida San José, onde no dia 5 de agosto um desabamento sepultou os trabalhadores vivos. Os empresários serão acusados de lesões, informou o advogado Remberto Valdés.
A ação judicial também inclui o Serviço Nacional de Mineração e Minas (Sernageomin), que autorizou a reabertura da mina um ano depois de um acidente com um trabalhador em 2007. O Sernageomin será acusado de prevaricação por "ter divulgado, em 2008, uma resolução injusta que significou a reabertura da mina San José", que havia sido fechada no ano anterior, disse Valdés.
Por Diana Gilli com informações da BBC News e Agência Brasil
1 comentários:
e um absurdo
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