terça-feira, 1 de julho de 2008

Bioética

Os Valores Cristãos

Por José Geraldo Magalhães Júnior

O texto de Lino Rampazzo: Antropologia, religiões e valores cristãos, agregam conhecimentos e valores em um tema atual, principalmente no que tange respeito à Bioética. Ciência e religião sempre foram motivos de discussões entre os cientistas, teólogos e religiosos. No texto de Rampazzo o autor trabalha questões da pós-modernidade, ele afirma que esta entrou em crise, ou seja, essa crise é caracterizada pela decepção em relação à ciência e a técnica. Por outro lado, essa decepção é considerada cada vez pior em relação ao meio ambiente, guerras, injustiças, desigualdades sociais entre outras. Ele afirma que:

"A ciência, assim, está perdendo seu valor como fonte de sentido e deixa, com a técnica, de ser considerada cada vez mais como princípio válido de orientação cultural. Esta crise das forças de configuração dos tempos modernos tem necessariamente seus efeitos sobre o que há de íntimo mais no homem do Ocidente, e coloca em xeque seu pensar, seu agir e seu sentir. Nasce uma crescente insegurança quanto ao futuro". (RAMPAZZO, 2004, P.160)
Nesse sentido existe um retorno ao sagrado devido à grande pluralidade de igrejas. Por essa razão, o sagrado vem sanar as carências e feridas de uma sociedade que tecnicamente produziu e produzem, guerras, materiais bélicos atômicos capazes de destruir toda a vida existente no planeta, uma péssima destruição de renda em nível mundial e a globalização que traz a tona o desemprego. Para escapar dessa realidade, o homem reage ao oposto buscando a emoção, harmonia e instituição. Junto com essa busca aparecem vários tipos de surtos religiosos, por exemplo, esoterismos, promessas de cura, práticas de ocultismo mágico entre várias outras.

Nessas ondas místicas do campo religioso, existe um fator importante que são as tradições das religiões orientais e a tradição bíblico-cristã no Ocidente. Na primeira a mística associa-se mais a uma comunhão com o mundo divino que o ser humano aspira mediante o esforço, exercícios e técnicas. Por outro lado, a mística ocidental é uma iniciativa gratuita de Deus de atrair para si a criatura. Antropologicamente Rampazzo afirma que as pessoas buscam um desejo irreprimível de imergirem-se no seu interior, à busca de sua própria realidade e, no interior se deparam com um núcleo que irradia para todos os lados:
"Para trás, captando o histórico existencial. Para o lado tecendo relações novas e criativas com as pessoas e com o cosmos. Para cima, suspirando por encontros maiores com o transcendente. Para frente, lançando em projetos novos e prenches de esperança. Para baixo, descobrindo as camadas mais profundas do eu". (RAMPAZZO, 2004, p.163).

A experiência do Deus judaico-cristão situa-se na ordem do sentido e não do sagrado que atemoriza. Essas ondas místicas fizeram que uma nova fase surgisse: a do diálogo inter-religioso. Mas, diálogo não significa renúncia à própria identidade, porém é nesse diálogo que se descobre as múltiplas faces do divino, por exemplo, Rampazzo cita a cultura ocidental que se formou com “Atenas” e com “Jerusalém”. Foi em Atenas que o “mithos” passou para “logos”, que quer dizer o abandono de uma representatividade religiosa do mundo para um conhecimento lógico.
Bibliografia: RAMPAZZO, Lino. Antropologia, religiões e valores cristãos. Editora Loyola, 3ª ed., 2004.

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